“Aciona artificialmente o paladar.” – cientistas criaram a primeira tela lambível capaz de enganar o cérebro a sentir diferentes gostos e sabores. Lick it good.
Fakes Acima de Tudo
A notícia.
No dia em que aliados e empresários bolsonaristas foram alvos da PF, Bolsonaro visitou o presidente do Supremo, Dias Toffoli, no hospital.
Moendo os grãos.
Por ordem do Supremo, a Polícia Federal cumpriu ontem diversas ordens de busca e apreensão em meio à investigação sobre fake news, ataques à corte, e o financiamento de esquema que visa a “quebra da normalidade institucional e democrática,” escreveu o juiz supremo Alexandre de Moraes. Ele autorizou ainda o depoimento de 8 deputados, além da quebra de sigilo fiscal e bancário de importantes aliados de Bolsonaro.
A teia.
Entre os deputados que serão ouvidos pela PF estão Beatriz Kicis, Carla Zambelli e Luiz Phillipe Orleans e Bragança, todos do PSL. E dentre os 29 mandados de busca em seis estados foram alvos:
-
Roberto Jefferson – ex-deputado, presidente do PTB, preso no mensalão e hoje aliado de Bolsonaro
-
Luciano Hang – empresário dono das lojas Havan
-
Edgard Corona – dono das academias Smartfit
-
Allan dos Santos – sócio do site bolsonarista Terça Livre
-
Sara Winter – ativista bolsonarista, alvo de ação civil por ‘milícia armada’ acampada em Brasília. Seu grupo de extrema-direita é o ‘300 do Brasil’
-
Winston Rodrigues – capitão da reserva da Marinha e youtuber do canal ‘100% Bolsonaro’
-
Reynaldo Bianchi – youtuber e humorista
-
Bernardo Kuster – youtuber bolsonarista
-
Edson Salomão – assessor do deputado estadual Douglas Garcia (PSL)
#Xatiado.
O inquérito das fake news é justamente uma das razões de Bolsonaro para tentar interferir na PF. O medo é de que a investigação chegue ao Palácio do Planalto e no próprio filho Carlos, que é considerado um dos líderes do ‘gabinete do ódio’ – chamado por Moraes de “associação criminosa dedicada a ataques ofensivos a diversas pessoas, às autoridades e às Instituições, dentre elas o STF.”
Demo-cracia.
O inquérito das fake news foi aberto em março do ano passado pelo presidente do tribunal, Dias Toffoli. A então procuradora Raquel Dodge chegou a pedir o fim do processo. Ontem o procurador-geral Augusto Aras fez a mesma coisa e pediu pelo arquivamento. Mas o inquérito ganhou pernas próprias e ainda novo fôlego depois de nova apuração para investigar os protestos pró-ditadura no mês passado – Bolsonaro participou de um deles, em frente ao QG do Exército.
Fight club.
De acordo com os filhos do presidente, a ação do Supremo é inconstitucional. Eduardo Bolsonaro disse: “quando chegar a hora de medida enérgica, o presidente será taxado de ditador.” Deputadas como Bia Kicis falou em “ataque à democracia”, já a militante Winter chamou Moraes de “covarde, safado, pilantra”, o convocou para trocar socos e disse que esse foi o maior erro da vida do juiz supremo: “não terá paz”. Já o ministro Weintraub tuitou que ontem será lembrado como a Noite dos Cristas* brasileira. Sério isso?
*Dia 9 de novembro de 1938, quando milícias nazistas e civis alemães partiram pra cima de casas e lojas de judeus por toda a Alemanha, incendiando e quebrando vidros. Autoridades nada fizeram. Após a ‘Noite dos Cristais’, judeus passaram a ser presos por serem judeus.
Daqui Eu Não Saio
A notícia.
Por unanimidade, o STJ decidiu que a investigação sobre Marielle continua com as autoridades do Rio.
Moendo os grãos.
Por 8 a 0, a terceira seção do Superior Tribunal de Justiça negou o pedido da ex-procuradora-geral para que o caso Marielle fosse transferido da Polícia Civil do Rio para a PF por causa de “lentidão”. A viúva de Marielle foi contra e defendeu que, apesar das possíveis críticas à lentidão, a federalização do caso seria ruim, pois “as notícias apontam para interferências do senhor presidente nos cargos da PF, dentre outras razões, motivadas pelo interesse no caso Marielle.”
Mais Um
A notícia.
A morte de um homem negro por um policial (ajoelhado sobre seu pescoço) causa comoção nos EUA.
Moendo os grãos.
Imobilizado no chão, dizendo ‘não consigo respirar’, e com diversas testemunhas pedindo para o policial branco se levantar e apenas colocar o homem na viatura, George Floyd, de 46 anos, terminou morto em meio à abordagem policial em Minneapolis. Os quatro policiais, que foram afastados, dizem que ele resistiu à ordem de prisão – mas câmeras de segurança não mostram resistência. O prefeito de Minneapolis disse que “ser negro não deveria ser sentença de morte”. Né?
Um por todos..?
Os líderes da União Europeia propuseram ontem um plano de ajuda de US$ 825 bilhões, que deixaria a Europa bem mais parecida com uma federação já que Bruxelas – onde fica o Poder Executivo do bloco – teria poder, pela primeira vez, para recolher dinheiro e então distribuí-lo entre os países membros. A Alemanha sempre resistiu à tamanha centralização, mas cedeu em meio à pandemia. Se o plano der certo, ajudará o bloco em tempos em que é preciso união, se der errado, fortalecerá os discursos a la Brexit. Em tempo, a UE bloqueou o uso da cloroquina.
One little (blue) bird.
Trump declarou guerra ao Twitter no Twitter. O presidente americano ameaçou ontem fechar empresas de mídia social depois que o Twitter passou a usar uma nova função de fact check que coloca um selo de observação em declarações falsas. É a primeira vez que a plataforma sinaliza fake news em um tuíte de Trump, neste caso, um post sobre voto através do correio. O presidente ainda acusou o Twitter de “interferência eleitoral”.
Quarenteners.
SP iniciará um novo esquema de isolamento na segunda, dia 1o de junho. O estado será dividido em cinco fases e o relaxamento será feito em diferentes graus. Alguns tipos de lojas serão reabertas; escolas ainda não. Em tempo, o ‘lockdown’ tem apoio de 60% dos brasileiros, diz o Datafolha. O Brasil já passou dos 400 mil casos de Covid-19 e deve superar os EUA em número de mortos até agosto.
Muita calma nessa hora.
Após horas de testes, preparativos, e despedida da família, o lançamento dos dois astronautas da NASA a bordo da Crew Dragon, a primeira nave tripulada da SpaceX, foi adiado até sábado por causa do mau tempo.
Aquarela.
Terminando… Crayola reconheceu que são muitas “cores de pele”. A mais popular marca de giz de cera criou em parceria com um maquiador famoso 24 novos tons de pele bem realistas.
Run, Mourão, run.
Para terminar, a esteira de R$ 44 mil que o governo comprará para o vice é de “excelente qualidade”.
